Chapada dos Veadeiros vai cobrar ingressos. Ministro do Meio Ambiente autoriza concessão



Durante o evento “Parques do Brasil” que discute a gestão e o futuro dos parques públicos do País, na quinta-feira (24) em São Paulo, o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, anunciou que pretende até o final deste ano, iniciar concessões privadas dos parques nacionais de Brasília, da Chapada dos Veadeiros e do Pau Brasil (Bahia).


A previsão é que na Chapada dos Veadeiros será aberta a concessão para cobrança de ingresso, transporte interno, acampamento e loja de conveniências. Em Brasília, terá abertura de cobrança de ingresso, estacionamento, loja de conveniência, lanchonete, aluguel de bicicleta e centro de visitantes com auditório e espaço para eventos. 


Já no Parque do Pau Brasil, terá cobrança de ingresso, estacionamento, acampamento, lanchonete empório, tirolesa, arvorismo e transporte interno.


O ministro afirmou que nos próximos dois anos quer “consolidar a moldura institucional e um marco regulatório para desenvolver uma infraestrutura robusta de visitação, com zoneamento menos restritivo às atividades de visitação e mais amigável ao público”. 


Esse modelo já existe nos parques do Iguaçu, da Tijuca, da Serra dos Órgãos e de Fernando de Noronha.


De acordo com Sarney, o projeto possibilitaria melhores condições para o estabelecimento de pequenos e grandes negócios, como acampamentos, alojamentos, pousadas e hotéis, além de lojas, lanchonetes, restaurantes e circuitos para atividades físicas a fim de “atingir um novo patamar de desenvolvimento e de gestão das unidades de conservação”.


Em tempos de crise, o ministro também falou sobre o suporte financeiro que a concessão traria. 


“(Fazer a concessão) é importante porque estamos em um momento em que os investimentos do governo federal praticamente não existem. Precisamos de parcerias. Como isso é feito em muitos países com muito sucesso, nós estamos aqui nos associando com a iniciativa privada”, afirmou.


Sarney ainda falou sobre os problemas nos parques da Chapada dos Guimarães e da Serra da Capivara, devido a falta de repasse para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 


“É um problema que estamos enfrentando e já superando. Primeiro as verbas orçamentárias foram recompostas, tanto do ICMBio quanto do Ibama. Estávamos sem dinheiro para combate a desmatamento, sem dinheiro para combate a queimadas, e isso tudo foi superado”, disse. Ele ainda completou. 


“Hoje temos a recomposição desses recursos. Mas é preciso inovar. Não dá só para o governo sozinho fazer o uso dessas unidades de conservação. Quanto mais parceria, melhor. E a iniciativa privada tem muito mais know how, mais competência para utilizar, investir do que o poder público. A verba para vigilância foi retomada”.


Segundo o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, há um déficit orçamentário no instituto de cerca de R$ 60 milhões. 


“Temos um volume de contratos que vão além do orçamento do instituto, então não temos como renová-los se não tivermos um orçamento suplementar, porque senão vai representar crime de responsabilidade fiscal. 


Nós pedimos um acréscimo do orçamento, o Ministério do Planejamento está estudando a disponibilização dessa verba. É bem possível que essa questão se resolva ainda entre esta semana e a próxima e volte a normalidade dentro das unidades de conservação”.


Soavinski falou também que estão sendo feitos estudos de viabilidade para concessão em pelo menos mais 12 unidades de conservação, como o parque da Serra da Bocaina, Lençóis Maranhenses e Chapada dos Guimarães.


Fonte: O Popular

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