Alex Atala: “A maior rede social do mundo é a comida, não o Facebook”. Projeto vai beneficiar Cavalcante, Teresina de Goiás e Campos Belos
O Chef paulista Alex Atala veio a Brasília nesta terça-feira (21/12) para assinar um convênio entre o Instituto Ata, presidido por ele, e a Fundação Banco do Brasil.
A parceria é para desenvolvimento do projeto Baunilha do Cerrado, que vai incentivar a inserção desse ingrediente na alta gastronomia e promover geração de renda na comunidade quilombola de Vão das Almas, de Cavalcante (GO).
Atala, como se sabe, é um entusiasta da exploração de ingredientes nacionais na culinária. Por meio do Instituto Ata, tem associado a gastronomia a temas como sustentabilidade e inclusão social.
Definindo-se como “um cozinheiro acima de tudo, um brasileiro antes de mais nada”, mostra-se exultante com o projeto.
Para o chef, o homem precisa se conectar à natureza ao nascer. E essa aproximação se dá pelo comer e beber. Cita o exemplo do vinho.
“Hoje no Brasil tomamos vinho do mundo inteiro, e quando falamos em vinho, falamos de geografia, geologia, clima, variedade de uvas. Tudo isso junto é biodiversidade”.
Alimentar-se, diz Atala, passou a ser um ato de conscientização, um ato político. Ele ressalta que as mídias sociais mudaram nosso jeito de ver o mundo, mas a maior rede social do planeta não é o Twitter, nem o Facebook.
“A maior rede social do mundo é o alimento. As cadeias do alimento reorganizadas têm e poderão ter um poder de impacto e mudança em nossas vidas maior até do que a internet”.
O chef paulista Alex Atala veio a Brasília nesta terça-feira (21/12) para assinar um convênio entre o Instituto Ata, presidido por ele, e a Fundação Banco do Brasil.
A parceria é para desenvolvimento do projeto Baunilha do Cerrado, que vai incentivar a inserção desse ingrediente na alta gastronomia e promover geração de renda na comunidade quilombola de Vão das Almas, de Cavalcante (GO).
Atala, como se sabe, é um entusiasta da exploração de ingredientes nacionais na culinária. Por meio do Instituto Ata, tem associado a gastronomia a temas como sustentabilidade e inclusão social. Definindo-se como “um cozinheiro acima de tudo, um brasileiro antes de mais nada”, mostra-se exultante com o projeto
Existem cinco variedades de baunilha na região e é uma pena que o Brasil os desconheça. Mas nem é isso que me faz mal. O que faz mal é pensar em quantas pessoas no mundo são incapazes de reconhecer sequer um pé de laranja sem os frutos”.
Produção em busca de consumidores
No caso do projeto Baunilha do Cerrado, ele espera trazer novas perspectivas para as cerca de 7 mil moradores da comunidade kalunga, que vivem numa área de 260 mil hectares, a 320km de Brasília — entre os municípios goianos de Cavalcante, Teresina de Goiás e Campos Belos.
Ali, a baunilha do cerrado, produto com alto teor aromático e grande potencial para a gastronomia, nasce espontaneamente.
O projeto vai permitir aos quilombolas trocar conhecimentos sobre biodiversidade local, participar de capacitações e empregar técnicas agroecológicas para beneficiamento do produto.
Com isso, espera-se que a baunilha do cerrado venha a ser comercializada em todo o Brasil. “Esse projeto vai trazer a geração de renda e isso é muito bom. Porque a gente tem vontade que os nossos jovens não saiam da comunidade.
A gente quer permanecer no território, manter nossa cultura e nossas tradições”, acredita o presidente da Associação Quilombo Kalunga, Vilmar Souza.
Fonte: Metrópoles