Caso do afastamento do conselheiro tutelar de Campos Belos: leitores precisam entender o papel deste blogueiro

Ontem (sexta-feira) republiquei uma matéria jornalística do site do Ministério Púbico de Goiás que dizia respeito a uma decisão judicial, em liminar, que afastou um dos membros do Conselho Tutelar do município de Campos Belos, nordeste de Goiás.
Recebi alguns e-mails e mensagens criticando a publicação, principalmente por atingir a honra de uma pessoa de bem da cidade.
Quando recebo este tipo de mensagem, compreendo perfeitamente os sentimentos das pessoas próximas, da família, dos amigos e claro da própria pessoa citada.
É verdade, todos perdem o chão.
Tenho muito respeito pelas pessoas. Até aquelas acusadas de crimes graves tento as tratar como pessoa merecedora de dignidade.
Mas os leitores precisam entender o papel deste blogueiro.
Este canal de comunicação angariou o respeito, a consideração e o apreço de milhares de pessoas, principalmente pela forma como abordamos as questões.
No entanto, o papel deste blogueiro é de extrema delicadeza.
Pois um deslize, uma frase escrita fora de contexto, pode jogar na lata de lixo a reputação de uma pessoa.
E saibam vocês que tenho imensa preocupação com isso.
A ideia do Blog, assim como é qualquer outra atividade jornalística, é ser uma ponte entre os fatos e a sociedade; é dar publicidade aos atos que interessam ao bem comum e a todos os integrantes da comunidade envolvida.
Por isso, vocês não irão ver aqui publicados casos de interesse particular ou de interesse individual, a não ser no intuito de ajudar.
Tudo que tratamos aqui é de interesse público e noticiamos os casos verídicos de extremo interesse social.
E uma decisão judicial afastando um conselheiro tutelar por supostamente estar envolvido em atos não condizentes com as funções de proteção à criança e ao adolescente é uma notícia importante.
Isso nós não podemos perdê-la como ponto de vista, como pano de fundo.
Pessoas ligadas ao conselheiro Welerson Rodrigues nos procurou para dizer que o afastamento dele é pura perseguição de quem deseja tomar seu lugar e que as denúncias são difamações para afastá-lo do cargo.
Nós já colocamos o Blog à disposição do conselheiro para dá publicidade ao outro lado, às suas explicações, inclusive com postagem de vídeos.
Tudo isso para que a verdade apareça e o bem comum seja preservado.
Tudo isso também para dizer que o papel deste blogueiro tem que ser entendido e compreendido por todos.
Um pouco mais sobre a Verdade no jornalismo
Qual é o papel da verdade dentro do jornalismo?
Esta pergunta vem sendo debatida com frequência entre os profissionais, acadêmicos, sociólogos entre outros profissionais ligados ao assunto, sobre fundamentação da verdade dentro do jornalismo, seja televisivo, digital, seja nas redações de jornais impressos ou mesmo no rádio.
Com estudos baseados na sociologia de Weber e nas argumentações de jornalistas norte-americanos como Bill Kovach e Tom Rosenstiel, além dos profissionais brasileiros como Roberto Ramos, segue o seguinte artigo, a fim de explanar sobre algumas questões inerentes ao tema central: a função da verdade no jornalismo.
Segundo seu conceito descrito nos dicionários, a verdade significa conformidade com o real, coisa verdadeira, princípio certo.
Ou seja, se é conforme a realidade, deve ser, portanto, retratada da mesma forma que aconteceu.
Contudo, várias perguntas surgem na mente de muitos leitores quanto à existência de uma verdade literal à verdade descrita nos dicionários.
Vê-se que, na prática, é impensável distinguir em meio a tantos fatos, estudos ou afirmações vividas uma verdade perfeita, absoluta.
Esse ponto é debatido por muitos profissionais, não só comunicólogos, mas também antropólogos e sociólogos: Será que existe uma verdade absoluta?
A verdade resulta a partir de argumentos e evidências. Contudo pode-se refletir até que ponto tais argumentos e evidências seriam verdadeiros.
Essa invariância do conceito de verdade acontece com frequência no meio jornalístico.
Assim como na ciência, o jornalismo não é dotado de verdades absolutas, pelo contrário: o fato, que deve ser posto no noticiário com exatidão, é manipulado por diversos fatores até chegar ao seu ponto final, que é a exibição ou mostra aos telespectadores e leitores, enfim.
Há certa confusão por parte dos próprios profissionais de jornalismo quanto à definição de verdade. Confundem-na com exatidão dos fatos, com imparcialidade, o que na realidade são fatores subjetivos.
Leia a íntegra deste artigo sobre a verdade no jornalismo, publicado na Revista da USP ( Universidade de São Paulo).