Policial Civil é encontrado morto. Mais um caso de suicídio que abala a cidade de Arraias (TO), que precisa de ajuda



A cidade de Arraias, sudeste do Tocantins, registrou mais um caso de suicídio nesta semana. 


O caso ocorreu por volta das 9h da manhã, desta segunda-feira (13). A vítima, um policial civil da ativa, de 48 anos, com mais de 20 anos de serviço público.


O policial usou uma corda. 


O corpo dele foi levado ao Instituto de Medicina Legal e, depois, liberado para família realizar as celebrações fúnebres, que ocorreu nesta terça-feira (14).


Mais uma triste notícia para a cidade. 


De acordo com informações de pessoas próximas, o policial apresentava quadro depressivo. 


Os casos de suicídios na cidade de Arraias chamam a atenção pela constância e pela quantidade pessoas que tem perdido a vida ou tentado. 


Neste ano também foi registrado outra tentativa. 


Um rapaz que morava ao lado do ginásio de esporte chegou a ficar dependurado numa corda, mas acabou sendo salvo pelo irmão, que entrou no quarto minutos depois para pegar uma chave e se deparou com a cena. 


Ele foi socorrido e seu irmão conseguiu salvá-lo. 


Em outubro de 2015, uma jovem de 19 anos, Dayane de Castro, não teve a mesma sorte e foi encontrada morta.


No mês de setembro daquele ano, o jovem João de Deus Soares de Melo, conhecido como “Deuzim”, também usou uma corda para se matar. 


Na carta, Deuzim se despediu da família e dos amigos, mas não justificou porque cometeu um ato tão grave e atentatório contra a sua vida. 


Dias antes, em 23 de agosto, um cabo da polícia militar também resolveu tirar a própria vida, usando uma arma de fogo. 


João Fernandes deu um tiro na cabeça, mas também acertou fatalmente um colega de farda e também amigo, cabo Messias, que tentava impedi-lo de cometer o ato insano.  


As mortes dos militares de forma tão inesperada e repentina deixaram a cidade de Arraias chocada. 


Em outubro daquele mesmo ano,  a Polícia Militar também foi acionada e conseguiu deter um jovem, que, de cima de uma árvore, tinha a intenção de se matar. 


A pergunta é: por que tantos casos de suicídios nesta pequena cidade do Tocantins? 


Será que não está na hora do Poder Público começar a investigar as prováveis causas?


Não seria a hora de se convocar médicos especialistas em saúde mental?  


Por que médicos, psicólogos, psiquiatras e especialistas da Universidade Federal do Tocantins não entram em campo para estudar as causas dessa tragédia estadual, que insiste em não parar? 


Explicação das publicações por este Blog


A imprensa em geral não tem o costume de publicar casos de suicídios. 


Há um tabu e até um temor de que este tipo de publicação possa incentivar outras pessoas, com tendência ao suicídio, a cometer o ato fatal. 


Este blog publica porque é notório que os casos de suicídios em nosso país se tornaram uma questão de saúde pública. 


Há de milhares de casos registrados anualmente no Brasil. 


Como é um tabu, nem governo, nem a sociedade e nem a polícia desenvolvem ações de políticas públicas de prevenção. 


Segundo a Fio Cruz, ao ano, no mundo, quase um milhão de pessoas morrem em decorrência de suicídio. 


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ato está entre as dez causas de morte mais frequentes em muitos países do mundo. 


No Brasil, são registradas 10 mil mortes por ano, com uma taxa de 4,8 a cada 100 mil habitantes, em 2008. 


Depois destes dados, podemos pensar o suicídio como uma questão de saúde pública? 


Especialistas na área de saúde mental defendem que sim. E acreditam que esses números podem diminuir se aumentarem os debates sobre o assunto. 


Aqui mesmo já escrevemos muito, inclusive divulgando sites especializados em ajuda e prevenção. 


Fizemos até uma campanha contra um shopping de Brasília, onde eram corriqueiros os casos, pela facilidade de acesso.


A cidade de Arraias precisa de ajuda.  


É hora da comunidade, dos órgãos públicos, da comunidade acadêmica e pesquisadores juntarem as mãos e encontrarem soluções, medidas de prevenção e qualquer outra ação para tentar barrar tantas mortes.


Já Publicamos 


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