“Expansão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros condenaria municípios ao atraso”, afirma José Eliton



Localidades no Nordeste goiano ficariam à margem do processo de desenvolvimento, diz vice-governador em solenidade de encerramento de ação discriminatória de 22 glebas de terras devolutas nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Colinas de Goiás. 


Ele considerou um momento histórico a oportunidade em que o poder judiciário finaliza processo que inclui ao patrimônio do estado 200 mil hectares de terras devolutas. 


Entre comunidades beneficiadas estão as originárias das nações quilombolas, os Kalunga, que agora poderão ter reconhecida a sua territorialidade.


O vice-governador José Eliton reiterou, nesta sexta-feira (05/05), em Cavalcante, na região Nordeste do estado, que é contra a expansão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em faixa ao longo da GO 118 que, segundo ele, representaria a condenação de vários municípios ao “atraso crônico e a ficarem à margem do processo de desenvolvimento”. 


Ele afirma que aqueles que defendem a expansão desconhecem a realidade e as necessidades dos municípios.


“Vou trabalhar fortemente para que essa expansão não ocorra, porque os municípios ficariam impedidos de estabelecer políticas de incremento da produção e de desenvolvimento local ao terem suas áreas todas sob a ótica da preservação”, acentuou.


Aplaudido por prefeitos e lideranças que participavam da solenidade de encerramento de Ação Discriminatória de 22 glebas de terras devolutas nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Colinas de Goiás, José Eliton destaca que o estado e os municípios têm sido pressionados a concordar com a expansão. 


“Mas, temos que ter consciência de que isso significa um atraso muito grande. Por isso, os prefeitos devem promover a mobilização de suas comunidades de forma adequada, para que não ocorra essa violência contra a região”, avalia. 


Segundo ele, os municípios podem promover desenvolvimento e, ao mesmo tempo, observar os princípios de manutenção e preservação do meio ambiente.


Segundo o vice-governador, trata-se de um momento histórico a oportunidade em que o poder judiciário conclui um processo que inclui ao patrimônio do estado 22 glebas, totalizando mais de 200 mil hectares de terras devolutas, o que permitirá avançar, levando a valorização e a dignidade às famílias que aguardam a titulação das terras que são suas de fato, mas não eram de direito.


Entre as comunidades beneficiadas estão as originárias das nações quilombolas, os Kalunga, que agora poderão ter finalmente reconhecida a sua territorialidade.


Posição forte


José Eliton representou o governador Marconi Perillo na cerimônia. Ainda na quinta-feira, ele teve a oportunidade de se reunir com líderes de agricultores da região Nordeste, em Goiânia, oportunidade em que manifestaram preocupação com a forma como o tema tem sido conduzida pelo governo federal. 


“Afirmei a eles minha posição forte e clara de defesa dos interesses dos municípios e reafirmo que vou fazer a minha voz chegar a todos sempre na defesa do desenvolvimento e contra a expansão do parque”, afirma.


José Eliton disse conhecer, como filho da região, os problemas que afligem os municípios, bem como as potencialidades e a força da população do Nordeste goiano. “Nosso papel é mostrar que temos potencial para crescer e desenvolver a partir do povo, que é a nossa maior força”, disse.


Durante a solenidade, na Câmara Municipal de Cavalcante, a preocupação com a possibilidade de expansão da unidade de conservação que abrange vários municípios da região Nordeste também foi apresentada pelo prefeito de Cavalcante, Josemar Saraiva Freire, que disse contar com o apoio do vice-governador José Eliton. 


“Já temos 63% do parque no nosso território e não queremos transformar Cavalcante em mais parque. É um atraso”, observa. Ele lembra que Cavalcante é o terceiro maior município goiano em território, no entanto, sofre com a situação fundiária irregular e ampla área de preservação.


Ação Discriminatória


A cerimônia que marcou o fim da Ação Discriminatória, que se desenrolou por cerca de três décadas até ser concluída, contou com a presença do presidente do Tribunal de Justiça do estado, desembargador Gilberto Marques Filho, e dos prefeitos dos três municípios beneficiados com a ação. 


“Chegou a hora em que o governo poderá ofertar a justiça no plano administrativo, reconhecendo os direitos daqueles que estão produzindo e vivendo nas terras, e entregando a eles as escrituras definitivas”, disse José Eliton.


Durante a solenidade, a Polícia Militar, por meio do Comando de Operações de Divisas (COD), lançou o programa Guardiões da Divisa, que prevê ações educativas e preventivas nas duas escolas municipais de Cavalcante, com o objetivo de prepara-las para os cuidados e prevenção aos crimes de fronteiras e da internet, entre outros tipos penais. Na oportunidade, fomos agraciados com camisetas do programa.


FONTE: Comunicação José Eliton.

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