Isadora adormeceu
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Eu estava em um policiamento do evento que aconteceu no Quilombo Kalunga localizado município de Monte Alegre – GO. Tratava-se do tradicional festejo de São João.
No momento em que o Sr Mochila, avô da Isadora, foi usar a palavra com o microfone ela chorava copiosamente talvez um pouco assustada com a grande movimentação daquele festejo.
Resolvi oferecer colo à pequena Kalunguinha para que seu avô pudesse falar ao microfone e ao mesmo tempo para acalmá-la. Neste momento o meu instinto paterno sobrepôs a missão policial.
Ela foi se acalmando imediatamente quando a coloquei no colo, deitou-se em meu ombro e em poucos segundos estava dormindo um sono tranquilo. Com as mãos nas costas da criança pude sentir seu coraçãozinho se desacelerando enquanto ela se ajeitava buscando cada vez mais conforto nos meus braços.
Este simples fato de conceder o colo para aquela criança roubou a cena, pois nos dias de hoje em meio a tanta violência, foi marcante para muitas pessoas ver um policial fardado de *PRETO* oferecendo e concedendo colo para aquela criança. Mas foi marcante pra mim também, ver que aquele bebê descansou confiando totalmente em meus braços mesmo não sendo eu o seu pai.
Este momento fortuito me trouxe uma grata reflexão:
Muitas vezes, equivocadamente a alguns da imprensa e até mesmo outros seguimentos da sociedade tentam vender a imagem de uma polícia agressiva e truculenta.
Em muitas ocorrências é impossível sermos deleitáveis, uma vez que faz parte da nossa missão evitar que o caos se instale e para isso as vezes é necessário usarmos a força.
Mesmo sendo enérgicos quando preciso, nosso objetivo é sermos uma polícia protetora, que o cidadão vê e sente paz em sua presença, mas infelizmente existe um ditado popular que diz “rejeitado quando vistos e aclamados quando longe”.
Mas por hoje, fico com a imagem da criança que nem sabe quem sou, mas “sentiu” a proteção e o afago de quem lhe queria fazer o bem.
A *Polícia Militar* é assim, muitas vezes por um momento de desespero e stress da sociedade, é aquela que aparece e consegue estabilizar crises e devolver a paz utilizando -se de seu “papel quase que paternal” para uma sociedade cada vez mais órfã de quem realmente deveria cuidar dela.
Quando a polícia aparece o cidadão de bem descansa aliviado. (*Na Polícia Militar você pode confiar*)
Sargento Leandro Menino (COD – Comando de Operações de Divisas)