Em Flores de Goiás, três irmãos vítimas de tortura e trabalho forçado são resgatados
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Foto ilustrativa e não corresponde às crianças resgatadas |
Três irmãos de 9, 12 e 13 anos que viviam sob tortura no assentamento Morrinhos, entre os município de Flores de Goiás e Formosa, foram resgatados na madrugada de ontem, 2, por um casal brasiliense que os levou para o Conselho Tutelar de Santa Maria, no Distrito Federal.
Segundo o órgão, os garotos chegaram ao local, sujos e com várias cicatrizes. Eles relataram que o padrasto e pai do menino mais novo, os obrigava a cometer pequenos furtos na vizinhança, além de sofrer maus-tratos, passavam fome e eram obrigados a trabalhar de forma escrava.
Um dos irmãos disse que o homem fazia ameaças o tempo todo com um facão e com uma arma de fogo. Eles contaram que chegaram a ser colocados de castigo dentro de um buraco e que o acusado teria afogado e pendurado eles de cabeça para baixo.
Em outro relato, os irmãos disseram que eram obrigados a construir cercas, desossar o gado, preparar a carne e ordenhar vacas, mas não tinham permissão para comer os alimentos que eles preparavam e nem tomar o leite que retiravam.
Eles não frequentavam a escola e contaram que eram diariamente acordados pelo padrasto, com golpes de um pedaço de madeira.
Fuga
Diante de tanta tortura, os irmãos decidiram fugir após serem ameaçadas com uma arma de fogo na cabeça.
Eles saíram pedindo ajuda à vizinhança, mas por medo do suspeito, não foram ajudados.
As vítimas só foram resgatadas pelo casal, que mora em Santa Maria (DF), mas tem um lote no assentamento Morrinhos.
Eles informaram que só conseguiram resgatar os garotos após terem estabelecido um elo de confiança com eles e ter passado o número de telefone caso precisassem de algo.
Na noite de terça-feira, 1º, as vítimas fizeram uma ligação pedindo ajuda e por volta das 4h de ontem, 2, o casal foi buscá-los com a ajuda de uma amigo.
Os irmãos contaram que têm mais dois irmãos, de 4 e 6 anos, e que a mãe deles está grávida.
O Conselho Tutelar de Formosa deve ser notificado sobre o caso e parentes mais próximos das vítimas devem ser procurados. Além disso, a Justiça deve solicitar medidas protetivas.
O suspeito não foi preso, mas deve responder por aliciamento de menor.
Fonte: DM