Incêndio na Chapada queimou 80% do território de Cavalcante (GO)

Das seis cidades ocupadas pelo Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no nordeste de Goiás, Cavalcante é o que mais sofre com o incêndio iniciado há 10 dias. 


O fogo queimou 80% do território dos 7 mil quilômetros quadrados do município de 9,7 mil habitantes. 


Distante 360km de Brasília e 560km de Goiânia, ele é o terceiro maior município em extensão e um dos mais pobres e isolados do estado limítrofe do Distrito Federal.


As chamas, que ontem continuavam incontroláveis, na área restrita e quase inacessível do Parque Nacional em Cavalcante, onde há muitas serras e paredões de pedras, agrava o cenário desalentador do município. 


Em meio àquela que é considerada a pior seca de sua história, devido aos mais de seis meses sem chuvas, moradores da zona rural assistem a chegada do fogo em suas propriedades e à morte em série de bovinos e equinos, devido à falta de água e de pastagem.


Córregos, riachos, ribeirões e rios secaram pela primeira vez. Falta água tanto para animais quanto para os habitantes dos povoados. 


“A maioria depende do abastecimento de caminhão-pipa, mas não temos veículos para tanta demanda e, em algumas localidades mais distantes e sem estrada, o caminhão não chega. 


Com isso, os moradores estão abandonando as suas casas, a procura de lugares para sobreviver”, contou o prefeito de Cavalcante, Josemar Saraiva Freire (PSDB).

Rios sem água


A equipe do Correio percorreu os 112km da GO-132, estrada de terra acidentada e mal conservada que liga Cavalcante a Colinas do Sul, outro município goiano ocupado pelo Parque da Chapada. 


Atravessou 19 mananciais de água, sendo que 17 estavam sem água. Encontrou quase todas as represas das fazendas secas. Flagrou gado magro e alguns bois e vacas mortos. Quase toda a rodovia é margeada por cerrado queimado ou completamente seco, vulnerável ao fogo.


Uma das piores situações era a do Povoado da Capela. 


Em uma das propriedades, a Fazenda Bom Jesus, 500 das 800 cabeças de gado haviam sido transferidas para não morrer de fome e sede, como outras 15. As que ficaram, magérrimas, quase não tinham onde beber água. 


“A gente dependia muito do Córrego Muquém,mas ele secou há uns 30 dias, assim como a nossa represa”, contou o caseiro, Valdemiro Soares Pereira.


Fonte: CorreioWeb

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