Chocante: presa quadrilha de médicos, em Palmas. Operavam até quem não precisava, para receber propina
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Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostram médicos presos pela operação Marcapasso, da Polícia Federal, decidindo fazer um procedimento supostamente sem necessidade.
Em uma das conversas a que a TV Anhanguera tece acesso, Ibsen Trindade e Andrés Sanches decidem fazer um cateterismo apenas porque o paciente ‘tem muito dinheiro’. (Veja vídeo)
Ibsen Trindade: Nós estamos há nove anos trabalhando de graça aqui nós dois ó. Mas chega, nós atendemos milionários pelo SUS […] dá uma cozinhada ele aí… Vamos fazer a galinha dar os ovinhos que tem que dar
Andrés Sanches: Tá bom
Para o juiz federal que autorizou as prisões da operação, o diálogo é chocante porque revela que os dois médicos tratam a vida humana como irrelevante e priorizam os negócios.
Os dois são sócios da empresa Intervecenter e seriam os principais responsáveis por um esquema de corrupção envolvendo procedimentos pagos pelo SUS e por planos de saúde.
Durante as investigações, os donos da empresa Cardiomed, fornecedora do governo, contaram em uma delação que pagaram mensalmente a vários médicos propinas de até R$ 100 mil.
Apenas Ibsen Trindade, que foi chefe de cardiologia do Hospital Geral de Palmas, teria recebido R$ 2.259.864,04.
Conforme o inquérito, ele e os sócios usavam a empresa para receber os pagamentos ilegais. Por outro lado, o advogado deles disse que a prisão é desnecessária.
“Os únicos dois cardiologistas que fazem o cateterismo e a hemodinâmica estão recolhidos em uma prisão temporária que tem uma fundamentação à margem da lei”, argumentou o advogado Hélio Miranda.
A Secretaria de Saúde do Estado afirmou vai aguardar o fim das investigações para tomar as providências em relação àqueles que tenham participação comprovada.
O Cardiocenter informou que não está envolvido nas supostas fraudes que estão sendo apuradas.
fonte: g1