Câmara de Vereadores de Campos Belos adia sessão que vai apreciar veto contra o PL antinepotismo. A pressão de bastidores é forte



A Câmara de Vereadores de Campos Belos nordeste de Goiás, adiou a apreciação do veto do prefeito Eduardo Terra ao PL (Projeto de Lei 004/2017), que tenta proibir a contratação de parentes de prefeito e de vereadores, sem concurso, contratados, muitas das vezes, meramente por apadrinhamento. 


A sessão legislativa estava marcada para a noite da próxima segunda-feira (5). 


Agora, foi adiada para o dia 19 de fevereiro (segunda-feira), depois do carnaval. 


Segundo fontes ouvidas pelo blog, é grande a movimentação de bastidores para tentar barrar o projeto. 


Há vereador que está insistindo em votação secreta, que é inconstitucional, apenas com o intuito de esconder o voto de cada parlamentar. 


Grande parte dos vereadores de Campos Belos, que usa da artimanha do apadrinhamento político, tem o desejo de manter o veto do prefeito, mas teme ficar com a imagem arranhada junto aos eleitores. 


Fontes dizem também que tem até parlamentar querendo mudar de lado. No início votaram com o projeto, agora ameaça mudar o voto. 


Só para lembrar: votaram a favor do projeto da vereadora Karinna, os vereadores Gilbertinho, Ivone, Márcio Valente, Lucinha, Arione, e a própria Karinna.  


Quais desses vão mudar de lado?  quais desses desejam que a sessão seja secreta?


Votaram contra o projeto e a favor da emenda proposta pelo vereador Baiano, de excluir os agentes políticos do PL, os vereadores Gilson, Rodrigo, Nego da Patrol e Adroaldo Baiano. 


Também chegou a hora de o vereador Juranda fazer a diferença. 


Por ser o presidente da Casa, normalmente ele não vota durante a apreciação dos dispositivos. 


Mas para um assunto tão importante e histórico seria interessante que o presidente da Casa também votasse. 

Este blog, desde o início, se posicionou a favor do PL, proposto pela Vereadora Karinna, que tenta proibir a contratação de parentes, sem concurso. 


Não é um desejo, apenas. 


É um posicionamento político para se tentar acabar com essa prática cultural antiga, nefasta, desonesta, que virou até moeda de troca. 


Prefeitos Brasil afora empregam parentes de vereadores em troca de apoio e vice-versa. 


É o chamado nepotismo cruzado, que já foi proibido na esfera federal, mas que nos municípios as autoridades insistem em manter a prática. 


No Judiciário Federal a coisa era tão escancarada que dava nojo. 


Por exemplo, um desembargador de um tribunal qualquer empregava a filha ou a mulher de outro magistrado, que, em troca, empregava parentes daquele desembargador em outro Tribunal. 


Uma vergonha. 


Assim acontecia no Congresso Nacional e nos Ministérios. 


Para acabar com a farra, a luta foi grande da imprensa e do Ministério Público. A prática, enfim, é uma proibição constitucional. 


O vereador Baiano, de Campos Belos, disse, recentemente, que não é contra o nepotismo, mas apresentou a emenda ao texto da vereadora Karinna porque a Constituição não proibiria a contratação de agentes políticos, mas apenas os demais agentes públicos. 


Agentes políticos são as pessoas eleitas (presidente, governadores, deputados, prefeitos, vereadores e membros do Poder Judiciário). 


Não faz nenhum sentido essa tese. 


São os agentes políticos os principais alvos da Lei antinepotismo. São eles quem mais empregam parentes e que mais usam o poder político para coagir. 

Qual o sentido em se proibir os demais agentes públicos e deixar os agentes políticos de fora?



Se esse PL não for aprovado, será uma vitória do atraso e das pessoas que não querem ver a sociedade e nem a gestão política e da coisa pública avançarem. 


Querem manter tudo como do jeito que estar, para continuar as relações promíscuas de poder. 


Fique de olho, caros cidadão, caro eleitor. O voto dos vereadores também é seu voto.  

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