Goiás está entre os cinco Estados com menor taxa de abandono escolar no ensino médio


Goiás está entre os cinco Estados brasileiros com a menor taxa de abandono escolar no ensino médio. 


A média goiana é de 5,5% do total de alunos matriculados nas redes públicas e particulares, abaixo da nacional, que é de 6,6%.

Os dados foram extraídos do Censo Escolar da Educação Básica de 2016, disponibilizados pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (Seduce), e compilados pelos pesquisadores Alex Felipe Rodrigues Lima e Adriana Moura Guimarães, da Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais do Instituto Mauro Borges, da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan).

Em Goiás, 31 dos 246 municípios não registram nenhum abandono do ensino médio em 2016: Adelândia, Aloândia, Anhanguera, Araçú, Aurilândia, Avelinópolis, Brazabrantes, Buriti, Cachoeira, Córrego do Ouro, Cristianópolis, Cumari, Damolândia, Doverlândia, Guarinos, Ipiranga, Ivolândia, Jandaia, Jaupaci, Lagoa Santa, Moiporá, Nova Veneza, Palminópolis, Perolândia, Santa Rita do Araguaia, Santa Tereza, São João da Paraúna, São João d´Aliança, Três Ranchos, Turvânia e Vila Boa.

Já os municípios com a maior taxa de abandono de alunos do ensino médio foram Maurilândia (20,79%), Porteirão (16,1%), Corumbaíba (16%), Itarumã (12,72%) e Bonópolis (12,65%).

No ranking nacional, a menor taxa de abandono escolar está em Pernambuco, seguido do Distrito Federal, São Paulo, Espírito Santo e depois Goiás.

O trabalho dos pesquisadores do IMB/Segplan tem por objetivo identificar os determinantes do abandono escolar dos alunos do ensino médio. 


Foi constatado que questões como renda familiar, necessidade de trabalho e falta de perspectiva de ingresso na educação superior aparecem como possíveis causadores do abandono. Características frequentemente associadas com alunos de escolas públicas, principalmente do turno noturno, grupo identificado como muito propenso ao abandono.

Contudo, estudiosos constataram a eficácia de políticas de assistência social que ajudam a segurar os alunos nas escolas, como os programas sociais: Renda Cidadã, Jovem Cidadão e Jovem Aprendiz além do Passe Livre Estudantil e a Bolsa Universitária, em Goiás, e o Bolsa Família, no Brasil.
Metas

Em Goiás, no ano de 2016, aproximadamente 87,6% das pessoas com idade entre 15 e 17 anos estavam matriculadas na educação básica. 


Este percentual, apesar de ser o maior já registrado no Estado, ainda está abaixo do proposto pelo atual Plano Estadual de Educação de Goiás (IMB, 2017). Atualmente, o cumprimento dessa meta esbarra nos índices de evasão e abandono encontrados para os alunos de ensino médio.

Estudos apontam uma série de motivos para existência do problema de alunos fora da escola. O relatório elaborado pelo Instituo de Ensino Superior em Negócios, Direito e Engenharia (Insper) classifica três tipos de razões para que um jovem não frequente uma sala de aula.

A primeira delas abarca questões de acesso, tais como disponibilidade de estabelecimentos de ensino, necessidade de inserção no mercado de trabalho, gravidez, pobreza e doenças. 


A segunda, por sua vez, agrega fatores ligados ao ambiente escolar como, por exemplo, a qualidade educacional e as defasagens de aprendizado. Por fim, parte da evasão e do abandono pode ser atribuída ao engajamento e à resiliência emocional do discente.

Entre as características dos alunos que abandonam os estudos, no ensino médio, são encontradas maiores chances para abandono nos estudantes do sexo masculino, bem como para alunos não brancos. Adicionalmente, existem efeitos marginais decrescentes para idade, isto é, a princípio quanto mais velho o aluno, mais chances ele tem de desistir dos estudos ao longo do ano letivo.

Em relação às informações da turma do aluno, é visto que alunos que estudam no período noturno são muito mais propensos ao abandono do que matutino e vespertino, ao passo que turmas de tempo integral têm percentuais ainda menores de desistência.

Além disso, percebe-se maiores chances de deserção para os discentes das turmas de ensino profissionalizante se comparado aos do ensino regular. Enquanto que os matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e EJA integrada com educação profissional concluem o ano letivo com mais frequência.

Outro ponto que merece destaque, de acordo com o estudo do IMB/Segplan, é a influência da adequação do professor à disciplina que leciona. Verifica-se que o maior percentual de docentes formados na disciplina ministrada reduz os índices de abandono. 


Na comparação entre as redes da escola, há menores ricos de abandono para alunos de escolas privadas e também de escolas estaduais geridas pela Polícia Militar, de acordo com os pesquisadores Alex Lima e Adriana Guimarães.

Fonte: Opção 

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