Artigo: Teoria do deslocamento do eixo circunstancial e a dualidade intra-humana
Por Marconi Burum,
Ocorreu-me um pensamento. O ser humano. Sempre se apossa de uma vontade de vida. Desejos, sonhos, ideias, teses, projetos, ao rigor do tempo oportuno em cada instância das vontades.
Para melhor elucidar a questão, vamos pensar em fato comparado. Adiante, um jovem cheio de energias voluptuosas próprias da idade, se vê diante de um singelo dilema espiritual.
No evento discursivo metafísico, o deus de seus anseios existenciais. No ato da realidade sensível, a jovem, e suas silhuetas intrigantemente sedutoras.
Não haveria qualquer problema para a existência, não fosse o deslocamento do eixo desconcentrar os elementos que se circundam na prioridade das coisas de um ser. Isto é, ao homem é dada uma sensorial existência para acervos práticos no lócus da realidade.
Em cada ato, ou etapa para esses micro conjuntos que denotam a existência humana, temos exercícios e compromissos que se engendram na pactuação com a vida.
Ora, por oposição semântica, vencer etapas significa derrotar contrastes. E é neste intento que reside uma entidade abstrata que insistentemente desloca nosso eixo de concentração, ou expõe-nos variados cardápios circunstanciais.
Portanto, depreende-se deste aludir que há um vácuo permanente. É como um limbo invisível que leva uma dupla entidade do homem ao traslado constante por múltiplas dimensões não-reais, todavia, imagináveis.
Trata-se, portanto, de re-conhecer a metodologia do alheio que há em nós, essa dispersão de desejos sincrônicos. Exercitar colisões das e nas entidades. Criar métodos de contra-fluxo cuja estratégia seja o equilíbrio no eixo destas duas entidades intra- humanas.
Doravante, não se relaciona a proposta do texto à penitência das questões. Todavia, o inquietante, prazeroso e ousado desafio de desvendar a tática na coexistência das duas entidades para colisões de objetivos comuns.
Ou por síntese óbvia, a saber, o que chamam convencionalmente por felicidade. Destarte, compreender as nuances do deslocamento do eixo circunstancial e a dualidade intra-humana é tentar ser feliz, ou ao menos viver em paz!
Nota 1: Veja que não me refiro vulgarmente a escolhas temporais. Não se trata da opção “A”: estudar para a prova do vestibular, e/ou opção “B”: ir a um churrasco na casa de um amigo. São perspectivas atemporais. Estão justapostas no ventre da concentração de desejos realizáveis, à força que maior intensidade se aplique.
Nota 2: O que chamo de “sensacional” no desdobramento possível da ordem dentro do eixo, é o caráter subjetivo inerente ao processo. Ora, a existência pressupõe, grosso modo, uma ordem lógica e uma ordem cronológica. Entretanto, ao humano é denotado uma subjetividade dinâmica que alterna ou altera essa ordem e mexe com os pressupostos, portanto, uma ordem sensacional, em seus conteúdos polissêmicos.
Nota 3: Fico pensando se o ato de violência do humano não se trata de um exemplo de translado, ou desvio padrão junto ao eixo circunstancial. Senão, vejamos.
Nota 4: Peço a gentileza, Leitor, que mudemos o vocábulo “teoria” contido no título deste trabalho para “hipótese”. Creio que o texto melhor represente uma hipótese que pode, por exercícios nossos (caso seja pertinente), testar o conteúdo analítico acima inquietado. Pensemos se isso faz mesmo algum sentido.